
Como paixão verdadeira é algo que eu valorizo pra caramba, trago o lindo texto do meu amigo Júlio César Carignano (foto) - Brilhante Jornalísta. Inclusive foi publicado hoje na Gazeta do Paraná.
Clube Atlético Paranaense - 86 anos de paixão e amizade!
A primeira partida oficial não poderia ser mais apropriada, pois não foi apenas a primeira vez do rubro-negro, mas o pontapé inicial para a maior rivalidade do Paraná: o ATLE-tiba. Fundado 12 anos antes, o Coritiba, de alcunha ‘coxa-branca’, era o mais importante time do Estado, mas sucumbiu diante do ‘debutante’ rubro negro. 2 a 0 fora o baile!
Mais tarde, em 1949, nasce o esquadrão da dupla Jackson e Cireno, que foi primeiramente chamado de ‘Tufão’ pelos jornais, porém ao perceberem que o vento ainda era mais forte, recebeu o apelido de ‘Furacão’. Já em 1968, entra em cena o grande Barcímio, o ‘Sicupira’, que não tive a felicidade de ver jogar, mas que em virtude do advento das ‘novas tecnologias’, já guardo na memória a pintura do gol de bicicleta em sua estreia contra o São Paulo, na Vila Capanema.
Essa introdução é só uma parte da história deste ‘amigo’ que completa nesta sexta-feira 86 anos. Como o espaço é curto para contar todos seus feitos, tomarei a liberdade de seguir com um texto pessoal, misto de desabafo e saudosismo de um ainda jovem ‘quase trintão’.
Se nossas famílias já amamos desde o berço, tenho que confessar que escrever sobre o Atlético é como escrever de minha ‘primeira paixão’. Falar do rubro-negro é viajar no tempo e voltar ao final dos anos 80 e início dos 90. Na época já tinha plena convicção do ‘uniforme de guerra’ que iria usar para o resto da vida, mas foi somente nesta fase que comecei a frequentar aquele que para mim sempre foi o ‘antro’ mais empolgante que já conheci.
Lembro em especial de duas oportunidades; meus pontapés iniciais na antiga quadra anexa ao Joaquim Américo, e principalmente, ao subir a rampa do ‘Caldeirão do Diabo’, certa vez com meu pai e outra com meu avô, torcedores do extinto ‘Boca Negra’ e dos ‘verdes’, respectivamente, mas que não hesitavam em me levar aos jogos e treinos do time do meu coração.
Para um garoto do alto de seus 9 ou 10 anos era uma cena de arrepiar. Na rampa, aquele grande ‘CAP’ de pedra, um ‘bando de malucos’, com grandes bandeiras com caveiras pintadas, faixas e instrumentos de percussão. Ao começar as ‘batalhas’ pensava se aquelas estruturas um tanto precárias do antigo tobogã eram seguram, pois tremiam junto com a adrenalina dos apaixonados.
Arrepio maior então ao ouvir pela primeira vez - desta vez em que ‘campo inimigo’ nas ruínas do Major Pereira - a famosa paródia de The Wall, pois, ao mesmo tempo também começava meus prazeres pela música do ‘dito cujo’, o rock. Minha imaginação fluía de tal forma que conseguia visualizar Roger Waters e David Gilmour mandando em melodia, a ‘coxarada’ para o lugar ‘que é deles de direito’.
Bem, paro por aqui com meu saudosismo, pois há anos estou a mais de 500 quilômetros longe de nosso ‘campo de batalha’. Também não sou um ‘veterano’ e há outros apaixonados que podem descrever com maior riqueza de detalhes o sentimento que lhes falo.
Enfim, 26 de março é uma data especial, o aniversário de um ‘grande amigo’, que a cada encontro - mesmo a distância - extravaso emoções e dou um tempo nos percalços do dia a dia. Como qualquer amigo, ele proporciona grandes alegrias e também decepções, mas como amigo fiel, não posso me furtar de perdoá-lo.
Em nome desta ‘amizade’ e de todos atleticanos, fica os parabéns aos 86 anos do time de maior torcida do Paraná e a todos os fanáticos que vestem o manto rubro-negro, assim como no verso de Zinder Lins, “somente por amor”.
Júlio César Carignano
jornalista - jc.carignano@gmail.com
Magela, pena que o Furacão vai abrir as pernas para a Cobra amanhã. Vamos dar um grande presente para eles.
ResponderExcluirCidão do Parque
Magela parabéns por homenagear nóis, tomara que seja um bom jogo hoje.
ResponderExcluirZé Furacão